Foi uma alegria para Portimão, ou melhor, para 78 cidadãos portimonenses o passeio a Bruxelas, com tudo pago pela Câmara Municipal, obviamente tudo feito em prol do interesse público. Dançar marchas numa praça de Bruxelas para que, como dizia, aquela que mesmo em Bruxelas (alguns dizem que não sai de Portimão), embirra em orientar a vida politica portimonense, as fotografias das marchas portimonenses correriam mundo, tanto eram os que, espantados, fotografavam aquele belo espetáculo, ensaiado durante meses a fio.
E o Presidente Bila, aos solavancos de um lado para o outro, não percebendo o labirinto em que está metido, alegre, segurando a mão da sua vice, rindo talvez do modo extraordinário como o seu município aplica o dinheiro publico e a forma como o faz.




Publicado no Portal Base no dia 6 de Junho de 2025 o detalhe de uma contratação que iria concretizar-se … no dia seguinte. De facto no dia 7 de Junho de 2025 iniciou-se a viagem a Bruxelas de 78 pessoas de Portimão que iram dançar marchas no dia 9 de Junho de 2025 numa praça de Bruxelas. Tudo à conta do erário municipal.
O objecto do contrato? A aquisição de serviços de alojamento e viagem (a Bruxelas) tendo por base um Caderno de Encargos que se publica AQUI (vejam o link intitulado “ligação para peças do procedimento”
Contrato escrito entre a Câmara de Portimão e a empresa que acabou por organizar a viagem, nem vê-lo. Calma!!! Está tudo justificado. Há um artigozinho no código dos contratos públicos que diz qualquer coisa como, sempre que está em causa a contratação de aquisição de bens móveis e de serviços, o adjudicante (neste caso a Câmara de Portimão) pode escolher como procedimento de contratação a consulta prévia, com convite a pelo menos três entidades, quando o valor do contrato seja inferior a …. preparados ???? … €75.000,00.
Esperem… mas onde está o contrato? Não, para todos os efeitos, a Câmara entregou €70.000,00 + IVA a uma empresa (e já vamos ver a que empresa) e, para além de um caderno de encargos mal amanhado e sem data não há um papel que nos diga o que contrataram e os termos dessa contratação. E, por favor, não me venham com a história de que está tudo no caderno de encargos.
Compreende-se que tudo deve ter sido feito às pressas. Pois se a publicação feita no Portal Base no dia 6 de Junho, justificou uma visita a Bruxelas que se iniciou no dia seguinte … Houve tanta pressa que nem tempo tiveram para escrever um contrato.
Mas pelo menos sabemos quem foi o feliz contemplado com esta bela contratação de serviços. O que não sabemos é quem foram os outros dois convidados. Recordam-se que o convite para contratar tem de ser feito a pelo menos três entidades? Quem foram os três ou mais convidados a organizar a viagem de 78 portimonenses a Bruxelas?? Não sabemos. E cheira-me a que não vamos saber. Ou porque é segredo, ou porque não existem e nunca existiram. Mas, claro está que tudo isto que acabei de dizer é “alegadamente”.
O que sabemos é a quem foi feito, pelo menos, um convite foi feito.
Se eu disser, Travessia Virtual, Lda poucos saberão de que empresa se trata. Mas se eu disser que a Travessia Virtual, Lda é a proprietária da Ricky Travel, já serão mais aqueles que começam a reconhecer, pelo menos, a marca. Mas se eu disser que a Travessia Virtual, Lda, proprietária da agência de viagens, Ricky Travel tem como sócio gerente alguém chamado Ricardo Sobral, filiado no Partido Socialista e candidato nas listas do PS às autárquicas, a presidente da junta de freguesia da Mexilhoeira Grande, talvez já se comecem a perceber os contornos da operação Bruxelas.
Maior falta de sensatez é impossível. Pode nem existir favorecimento da empresa do candidato Sobral, pode nem existir nenhuma irregularidade, pode não existir nada de nada, mas há uma enorme falta de sensatez e vergonha. Atribuir, por convite, a um candidato do partido socialista um contrato de €70.000,00 + IVA para uma viagem de 3 dias a Bruxelas, não lembra o careca. Aliás, algum candidato a um cargo autárquico com um pingo de bom senso recusaria qualquer convite que lhe fosse feito … por parte da autarquia. Mas não neste caso. Só falta descobrir que não houve convite a três ou mais empresas mas apenas um convite à empresa do candidato Sobral, o mesmo que quer gerir, no âmbito das competências das freguesias, os destinos da Mexilhoeira Grande, a maior freguesia de Portimão.
Aqui não se aplica a velha máxima de Júlio César sobre a sua mulher Pompeia que havia sido acusada (sem prova) de adultério. César, ainda que sem prova da infidelidade, terá dito qualquer coisa como “a minha mulher não deve estar sob suspeita” … Obviamente que a falta de vergonha, a falta de correcção nos procedimentos, a falta de ética e, vamos ver, se a falta de honestidade levam a que Portimão contrate e o candidato Sobral aceite €70.000,00 + IVA para levar 78 portimonenses a Bruxelas durante 3 dias.
Este assunto não vai morrer por aqui. Por mim vai durar até Setembro / Outubro de 2025, vai durar o tempo que for necessário para que, nomeadamente, os eleitores da Mexilhoeira Grande percebam em quem confiar e em que NÃO confiar. Porque quem aceita negócios destes estará disponível para aceitar muitas outras coisas, tal é a falta de bom senso que demonstra.
A oposição ao PS vai pedir informações, nomeadamente, mas não exclusivamente, sobre quem foram os restantes convidados a organizar a viagem a Bruxelas?
Vai pedir explicações ao executivo sobre todos os detalhes desta contratação?
Vai enviar exposição para o Tribunal de contas no âmbito dos poderes de fiscalização que detém?
Duvido. Dá muito trabalho. Uma estafa. É melhor andar a ver os jardins que têm a erva grande ou outros exemplos da péssima gestão urbana a que a nossa cidade está sujeita.
Ou é melhor, assim que a oportunidade aparece, dar o salto e ir tratar da vidinha para umas Águas quaisquer…..
Ou é melhor não fazer nada como parece ser o mote da actual vereação do PSD na Câmara de Portimão. Imprestáveis mesmo tendo tanta matéria com que podem trabalhar.
É ao que a nossa cidade está entregue. De um lado os delinquentes com 50 anos de história. Do outro os imprestáveis que não sabem ou não querem saber. Pelo meio o salivante CHEGA à espera que os resultados nacionais impulsionem os resultados autárquicos.
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