A ESCOLHA DE UM NOME, LEÃO XIV
... ou da inspiração para expulsar os demônios do seio da Igreja Católica
Temos um novo Papa. De seu nome de baptismo, Robert Prevost, o americano perguntado que foi Quo nomine vis vocare? ou seja, porque nome queres ser chamado, Robert respondeu, Leão XIV.
Na eleição de um Papa, tudo tem um significado muito especial. A escolha do nome não podia escapar a este simbolismo. Escolher o nome de Leão XIV remete o povo de Deus para o papado de outro Leão, desta feita, Leão XIII que foi Papa entre 20 de fevereiro de 1878 até sua morte em julho de 1903, morrendo com 93 anos, o mais velho Papa que até hoje se sentou na cadeira de Pedro.
Bergollio escolheu Francisco a pensar em Francisco de Assis, fundador dos Franciscanos e que fez da ajuda aos pobres dos mais pobres o seu lema.
Mas então quem escolhe o nome de Leão, provavelmente com o anterior em mente, procura que gênero de inspiração?
Bom, com Leão XIII, elementos de inspiração é o que não falta. Desde logo a longevidade do seu papado.
Depois porque Leão XIII é o Papa da doutrina social da Igreja, um conjunto de ensinamentos sobre a dignidade humana e sobre o bem comum na vida em sociedade, que no essencial estão contidos na encíclica Rerum Novarum, onde o Papa Leão XIII trata de questões levantadas durante a revolução industrial e as sociedades democráticas no final do século XIX. Leão XIII apoiava o direito dos trabalhadores de formarem sindicatos, mas rejeitava o socialismo e o capitalismo sem regras, enquanto defendia o direito à propriedade privada. Discutia as relações entre o governo, os negócios, o trabalho e a Igreja.
Mas Leão XIII foi protagonista de um momento que, talvez tenha sido esse que serviu de inspiração a Robert Prevost para escolher, também ele, o nome Leão .
Enquanto assistia a uma missa Leão XIII teve uma visão. Uma visão de demônios que tomavam conta de Roma e que, por permissão do próprio Altíssimo (vá-se lá saber porquê) tinham tomado conta da Igreja católica.
Após ter tido esta visão, Leão XIII fechou-se no seu escritório e só de lá saiu quanto tinha terminado de escrever aquela que é hoje a conhecida por oração a São Miguel Arcanjo.
A ordem papal foi a de que fosse distribuída a todas os Ordinários do Mundo, ou seja, a todos os Bispos diocesanos para ser lida nas missas, todos os dias.
Era uma oração que deveria ser rezada no final da missa, com uma súplica a Virgem Maria e a Invocação ao Arcanjo Miguel, na qual implorava a Deus que precipite Satanás ao inferno. Na mesma carta onde escreveu a oração, Leão XIII ordenava que a oração fosse rezada de joelhos.
Hoje já ninguém se lembra da oração a São Miguel Arcanjo que, ao que sei, não é lida no final das missas. Ainda assim e pelo que vou ouvindo, a Igreja está cheia de demônios, uns mais visíveis que outros, mas ainda assim demônios dentro do seio da Santa Madre Igreja.
Será que Robert Prevost quer atacar o problema dos demônios dentro da Igreja ou pretende encontrar inspiração unicamente nas preocupações sociais de Leão XIII? Talvez as duas coisas.
Em qualquer caso, para os devotos e para os que queiram esticar um pouco mais a missa e rezar a oração do arcanjo São Miguel, aqui fica:
“São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, sede nosso auxilio contra a malícia e as ciladas do demônio. Exerça Deus sobre ele império, como instantemente vos pedimos, e Vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no Inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perder as almas”.